sábado, 26 de abril de 2014

Assalto


                                                               






                                                             ASSALTO



A gente só sente o  gosto da fruta, depois de prova-la; a gente só sente a dos  do espinho, depois da espetada.A gente só sente o impacto do assalto, depois de ter sofrido a ação dos bandidos.
Preocupada em fotografar para apresentar em concurso um livro de fotografias sobre a Barra do Jucu, estacionei em frente ao Castelinho na Avenida  Beira-Mar, sob uma castanheira. Fechei o carro, peguei a máquina  fiz fotos da praça em frente ao castelo ,e fui fotografar o Castelo. Observei dois rapazinhos com boas aparências que caminhavam em direção à pracinha artística. Dando-me por satisfeita em fotografar o castelo,segui em direção ao carro. Mas resolvi bater mais umas fotos da pracinha. Perguntei aos dois rapazes se podia fotografar com eles ali.Responderam que sim .E um deles se ofereceu para me fotografar, mas eu lhe disse que não era o caso: queria fotografar para um trabalho. Então eles amavelmente sugeriram que eu fotografasse da saída ornamentada, para a praia. Ia ficar muito bom. Acreditei, bati a foto das flores , fiz a foto do mar e quando me voltei....”perdeu!perdeu! passa a chave?” Que chave, perguntei. “A do carro. E logo, ele está armado e vai lhe dar um tiro. Depressa que vem vindo gente!” Enfiou a mão na minha cintura , tirou a chave e saíram os dois correndo em direção ao carro. Gritei socorro. Um senhor que caminhava na praia com seu cão acudiu ao meu chamado. Mas eles já não estavam lá.E eu sem bolsa, sem celular, sem dinheiro, sem cartão do transcol.Eu só eu, sem nada, sem sequer a chave de casa. Aturdida, sem me lembrar de um só telefone para ligar.Mas ligar como, se não tinha celular e não havia por perto qualquer  orelhão? Felizmente há pessoas solidárias. Um casal parou o carro e cedeu o seu telefone portável para que fosse  a polícia avisada. Uma senhora me trouxe água e cadeiras de praia para que sentasse um pouco.O cerco foi feito e logo veio a notícia: “ Seu carro foi encontrado no bairro Santa Paula, caído num valão”. Fui de rádio patrulha para o local. Lá estava ele de cara quebrada dentro do valão, as portas escancaradas. Dentro, a bolsa revirada, sem as notas de cinquenta.Deixaram-me o dinheiro miúdo, o cartão de crédito, os documentos pessoal e do carro, o celular , as chaves da casa( a do carro levaram), as ferramentas que estavam  no porta-malas e... um prejuízo daquele tamanho.
Terão eles mães? Quem pariu homens assim incapazes de respeitar o seu semelhante? Quem pode transformá-los em cidadãos úteis à vida e promotores do bem estar de todos ?

Um comentário:

  1. Vera, vim agradecer tua visitaa e vi esse tema. É foooooooooooogo mesmo isso e não temos segurança nas ruas, shopings, nada!! Até quando isso?
    Muito triste! um beijos,chica

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